Vida alheia

Um livre pensador
De olhos abertos e mente fraca
Num mundo vivo
Cheio de mortes
Trará o fim.
Um homem cego
Cheio de mágoas
Da vida triste
Abandonado
Trará a felicidade.
No leito eterno
Na luz opaca
Em vão
Estátua
Sou vida alheia.

Explosão

O importante não é ir ou voltar, estar aqui ou lá. Precisei ir até metade do caminho e voltar para descobri o que esperava encontrar lá: a maior das respostas: a busca não é pela felicidade, é pela paz.


Há coisas que não podem ser ouvidas, sentidas ou sequer vistas por tempo maior que um piscar de olhos, caso contrário elas somem, ou perdem o encanto...


Preciso de uma taça de vinho do porto, minha caminhada é longa e o poço é fundo....


O som das cornetas anunciam mais uma batalha, que venha mais um adversário, eu quero lutar...


Eu realmente não sei se era tão importante assim eu ter ido, mas com certeza foi importante eu ter ficado...


O que dói é tirar o óculos, a luz ofusca os olhos e cansa a vista..

Palavras

Palavras podem mudar o mundo, acredite! Tudo não passa de um jogo de xadrez, as variantes são os jogadores e as peças. Alguns jogadores jogam em mais de uma mesa, e, sendo assim, movimentam maior número de peças. Alguns sabem jogar mais, outros menos. Existem jogadores tão bons que jogam em todas as mesas e ganham em todas. Há também aqueles que jogam em apenas uma e anda assim perdem.
A mesa é o cenário, o ambiente em que as coisas acontecem, é o palco, o campo de batalha, é o lugar onde há ação. As peças são as posses, tudo aquilo que se tem, das sabedorias, ciencias, às habilidades corporais, manuais. As peças representam a união de todos os seus conhecimentos e posses enquanto ser social e humano. O jogador é uma parte sua que faz, é um sentimento que aje, um desejo, um sonho, uma dúvida, uma ansiedade, o jogador é o motivo daquilo estar acontecendo, ele movimemta as peças com um objetivo.
Um jogador pode estar em uma mesa ou em mil, não há limites estipulados na regra do jogo. Para um jogador o bom é jogar. Jogar não é só ganhar ou perder, jogar é entender, é conhecer o adversário e acrescer este novo conhecimento aos seus antigos. E a cada vez que ele joga com uma nova pessoa, ele testa os seus conhecimentos e os dela, e ambos proporcionam, um ao outro, novos desafios. Entretanto, há aqueles jogadores que temem o desafio, há os que não sabem perder e os que não sabem ganhar. Jogos de xadrez podem traumatizar!
Agora imagine estes jogadores com o tamanho das peaças, como eles poderiam movimenta-las??? Acredite, palavras podem mudar o mundo!!!

De volta à Terra do Nunca!!!

Há tempos não via uma partida de xadrez tão boa. Também há muito não encontrava tão desafiadores adversários. As jogadas mirabolantes e, de fato, sensacionais, tornaram a partida um passeio de roda gigante, ou de montanha russa talvez. O retorno à essência humana. Emoção, sentimento, a continuidade do tempo, o tempo, o lugar, a ausência, os sonhos e as garantias, a instabilidade, a dúvida constante, a busca pela certeza. A certeza de ser humano.
Uma partida cheia de emoções, com direito a reviravoltas e superações, foi palco de um belo espetáculo. Ferozmente os jogadores se digladiaram neste palco xadrez, preto e branco, duro. Sem dó nem piedade, ambos despejavam todas as suas melhores jogadas em função da vitória, até que restaram apenas Rei e Rainha para os dois jogadores.
Exaustos, cansados de tentar ganhar um jogo impossível, os jogadores decidem por uma trégua, ambos ganhariam aquela partida, mas haveria outra, imensamente maior e mais difícil. A partida do século, o grande desafio da vida destes jogadores, o reencontro. Nada mais difícil do que enfrentar novamente aquele que você não pôde derrotar. O clima de cautela constante, pisar em ovos, andar sobre brasas, sorrir e chorar simultaneamente são ingredientes fundamentais para esta partida final, ou seriam inevitáveis?
Nada mais importa agora, os jogadores estão se preparando para um próximo confronto, entretanto, ambos sabem que o provável final desta outra partida é o mesmo da última partida, que foi igual à antepenúltima, que foi igual a anterior e assim sucessivamente, o empate com Rei e Rainha intactos.
O mesmo fim para uma mesma história, o final justo e possível para tão bons jogadores, o empate. Inevitável, diante de jogadores tão experientes, tão destemidos, tão bichos... Beleza de cores num tabuleiro preto e branco, linhas e traços finos, caminhos sinuosos, jogadas inimagináveis, cenário de um grande espetáculo.
De fato sempre foi assim, o olhar sempre foi de desafio, de questionamento, de curiosidade, de medo. O toque sempre foi quente demais, esquentava até mesmo peças de marfim. O olfato, o cheiro do desafio, cheiro do calor, do frio. A realidade sempre foi distinta, mas o desejo de vitória sempre foi o mesmo.
Tão próximos e tão distantes, os olhos pouco se encontram, as mentes sempre estão contra, apesar de estarem fio a fio, as mãos não se tocam, há uma corrida contra o tempo. Quem vencerá em menos tempo? A batalha sempre termina empatada, mas que mistério!!! Apesar da lógica existente, baseada no equilíbrio técnico e psicológico dos jogadores, é pouco provável que duas partidas de xadrez seguidas terminem em empate, menos ainda se este número subir alguns degraus.
Eu? Continuo assistindo de perto a estas partidas espetaculares, não perco por nada neste mundo tão grandioso desafio, quero estar presente quando um dos dois ganhar...

Teu o amor

Por favor, segura minha mão?!
Me aquece-me com teu calor,
me ergue aos céus,
sopra-me aos quatro ventos,
aos quatro cantos do mundo,
por favor...
Volta de onde estiveres neste momento,
esquece do mundo,
a mim basta um segundo,
olha pra mim daquele jeito,
daquele jeito que nunca vi.
Preciso do teu afago,
sonho com o diaem que não estarás tão distante.
Com olhos da águiavejo que este dia não tardará tanto
quanto a espera até este momento.
Vejo-te aproximar de mim,
entretanto ainda não sinto teu cheiro,
nem o calor dos teus olhos,
sinto apenas o teu calor,
o calor que emanas do íntimo.
Vem,senta ao meu ladonum banco da praça,
vamos dar comida aos pombos,
vamos falar sobre o que passou,
eu já sei crescer,já sei sofrer minha dor,
meus olhos não são mais cegos,
enxergo vida através do tempo,
enxergo você do meu lado neste presente,
meu presente.
Não tenho vergonha de dizer,
nem vergonha de sentir.
Isso que sai,o que podes ver aqui impresso,
é pequeno fragmento de um amor,
de um amor de criança,
sincero e sem grandes pretenções,
sinto-me puroquando possuido por ele.
Nem me vejo mais nas sombras,
teu calor cega-me,
ofusca minha consciencia,
meu mundo é sonhoquando meu coração é você,
minha razão é puraquando sinto teu calor.
Sou de novo,
e sempre,
uma criança e seu primeiro amor
e desta vez eu sei,
como jamais poderia saber,
que de veras te amo.
Finalmente encontrei o amor.

Segredo

Como eu queria gritar, fazer soar aos quatro ventos tudo que hoje me cerca: meus desejos, sonhos, alegrias, anseios, dúvidas, paixões... Na verdade, não seria necessário um grito, queria mesmo dizer em sussurros tudo isso, queria a proximidade material de um par de ouvidos, um que me entenda, que me escute, que me conforte.... Queria também um par de olhos fulmejantes, ah como queria!!! Olhos de águia, que penetram, que intimidam, que acolhem, que preservam, que iluminam, olhos profundos, compreensivos, calculistas. Também sinto falta de um toque, suave, quente, sensível, terno... Careço de mãos firmes, que toquem sem medo meu corpo, mãos que caminham, que acariciam sem pressa... Um perfume, nada melhor que o perfume natural, odor, olfato, carne crua, pele, suor, essência de mulher... Fragmentos de um ser perfeito, inteiro, inteiramente corpo, mas eu quero alma, quero senti-la, e disso não desisto, não deste sonho, uma alma, tua alma, perfeita... Mas antes disso quero uma boca, quero sentir o sabor do corpo, e no mesmo segundo mostrar minha alma, quero evaporar sentindo o gosto da seiva, do néctar, quero sentir a alma e dar-me por inteiro, quero sonhar e jamais acordar deste sonho!!!

Não por falta de assunto, mas por falta de peito, continnuo a postar alguns de meus pensamentos mais antigos, já que os novos são novos demais...

Como é bom
Achar
Que tudo é nada
Saber
Que nada é tudo
Sonhar
Estando acordado
Nascer
Todos os dias
Sentir-se jovem
Quando os dias vão passando
Olhar
Nos olhos de quem não se pode ver
Apaixonar-se
Pelos buracos na estrada
Imaginar
Que se pode suspender o mundo
Como é bom
Sentir-se louco
Diante de tanta realidade