Dos sons o mais sincero, o silencio... o turbilhão de falas que me possui deixa meus dedos nervosos, minhas pernas ansiosas, meu corpo inseguro e olhos marejados. Coração?! Como posso senti-lo com todo este silêncio? Ele sequer se atreve a bater...
Tremo ao imaginar possível tal silêncio, tremo descontroladamente ao imaginar a redução deste espaço infinito que transforma sonho em realidade. Posso ver gotículas de suor, posso sentir o cheiro cru, posso tocar o espaço vazio. Tudo posso na presença da tua luz, porque nela sou livre, nela sou teu, meu e do mundo, no teu calor, no teu silêncio sou todo eu... diante de ti as palavras não me pertencem, atrevo-me a questionar sua existência, sou louco e suga-me palavras que jamais pensei...
Confesso ter me sentido abraçado inúmeras vezes com o simples toque da tua respiração que se fazia presente diante de mim vindo de tão longe, nunca pedi por eles, entretanto ganhava o dia quando sentia... De tão longe enviastes sentimentos e sensações de pura mágica, de beleza ímpar, essencial e universal. Como aquele bode, podes tocar o céu e trazer de lá todas as belezas possíveis sem tirar os pés da grama, assim como lavas aos céus nossas belezas terrenas.
A verdade que quer saltar desta boca também se cala diante de ti, ela teme que o mundo não possa suportá-la. Ela só, é vida, ela só, é viva... verdade que fala, que sente, que cala e se faz sentir, verdade que não se pode ouvir. Quem possui esta verdade, possui, e nada mais, pois desta verdade digo: existe enquanto existe e jamais existiu quando deixa de existir. É assim, é puro, é exato, é simples, é fato, é agora, é sempre, é tudo com nada. Fácil de entender quando vemos-nos como barcos, quanto mais, menos, quanto menos, mais...
Este é o silencio que cala as bocas e trás as palavras e carinhos através da ausência. Não carece de toque, de sons e sequer de olhares. Este silêncio é sagrado, o silêncio é a mensagem, e este espaço infinito que teima em reinar se faz justo ao preservar a pureza divina desse sentimento. Estaremos eternamente ligados pelas águas que nos cercam e nos impulsionam sempre em frente em nossos caminhos. Navegaremos eternamente sobre as mesmas águas, que jamais serão as mesmas. Nos encontraremos sempre nos mesmos caminhos distintos e sempre, sempre que nos encontrar-mos calarei e levarás de mim tuas palavras...
5 comentários
Dididi...Tu és meu Carlos Drummond...
A cada dia que passa vejo o quão és impar em minha vida.
Um simples Parabéns, não está a altura de tuas palavras e conhecimentos. Então me retraio e peço apenas pra que deixe aflorar teu espírito poético. E eu sempre estarei adormecida esperando mais um raio solar poético teu, para "acordar pra vida", refletir sobre o que sou, e onde estou!
Bjus mil
Posted on sexta-feira, 23 janeiro, 2009
O verdadeiro amor nunca se esgota. Quanto mais se dá, mais se tem!
Pequeno principe!
Posted on sexta-feira, 23 janeiro, 2009
Quebrando um silêncio, cujo cabe tanta poesia, fica aqui um beijo de admiração! E parte uma alma atônita diante de tão fidedigno retrato desta ausência de palavras!
Posted on sexta-feira, 23 janeiro, 2009
Adoro a sensação que a ausência de palavras nos causa. Às vezes elas nos aproxima. Às vezes, só às vezes.
Posted on sábado, 24 janeiro, 2009
O Amor verdadeiro esta no silencio.......
Posted on quarta-feira, 01 julho, 2009
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